DIÁRIO DE GUIA: Marcelo Salgado

Por: Raphael Kurz

Passando a empolgação/emoção/felicidade do Avistar, bora volta a falar de passarinho por aqui? Então, na semana que antecedeu o Avistar, tive o privilégio de receber o Marcelo Salgado pela segunda vez no sul. No ano passado, a gente rodou bastante pela região de Rio Grande e pela Campanha Gaúcha e conseguimos ver muita coisa massa. Se você quiser ler o relato anterior, clique aqui e leia!

Sobre a viagem

Como o Marcelo já havia conhecido a região da Planície costeira, dessa vez o objetivo dele era conhecer o Parque do Espinilho. Obviamente que além do Parque, conseguimos fazer outras coisas legais, como o Global Big Day na Campanha Gaúcha (Leia a matéria aqui). Nessa viagem conseguimos ver várias espécies incríveis e 100% das endêmicas do Parque do Espinilho e além disso, tivemos muitas surpresas durante os 7 dias que estávamos juntos.

Parque do Espinilho

O Espinilho dispensa comentários e é incrível o quanto esse lugar desperta um sentimento diferente. Eu, Raphael, sou suspeito pra falar, pois é um dos locais que mais amo nesse estado e visitar esse Parque deixa qualquer um boquiaberto. Pela beleza dos ambientes e é claro, pelas espécies endêmicas que fazem com que os observadores venham visitar…
Estávamos vivendo uma seca extrema na região oeste do estado, mas uma semana antes do Marcelo vir, veio muita chuva e com isso os campos floreceram e possibilitaram muitas belezas cênicas nos campos nativos do pampa. Logo na chegada em Uruguaiana, registramos uma ema (Rhea americana) nesse campo florido e ali já era um bom sinal, que seria legal demais nossa estadia na região.

Em Barra do Quaraí, geralmente eu gosto de levar a galera com uma certa folga de tempo. Apenas um dia pode ser um tiro no pé, já que podemos ter o azar de pegar tempo chuvoso ou com vento, então eu sempre destino 2 dias e meio pra cobrir a região. Se der tudo certo, a gente faz tudo no primeiro dia e no segundo voltamos apenas pra melhorar um ou outro registro ou aproveitamos pra rodar noutras áreas do município de Barra do Quaraí. Podemos observar aves na mata ciliar do Rio Quaraí (que faz a divisa do Brasil com o Uruguai) e sempre que vamos ali é uma explosão de vida e com diversas espécies que são difíceis de serem vistas dentro do Parque.
Na mata ciliar do Rio Quaraí, encontramos muitas espécies, como o capacetinho (Microspingus melanoleucus), o azulão (Cyanoloxia brissonii), o azulinho (Cyanoloxia glaucocaerulea) e o sebinho-de-olho-de-ouro (Hemitriccus margaritaceiventer). Espécies que quase sempre são procuradas pelos observadores que vem pra cá.
No Parque, o objetivo é sempre ver o rei, o cardeal-amarelo (Gubernatrix cristata) e dessa vez foi incrível, conseguimos ver quatro indivíduos, possivelmente era um jovem do ano passado que já está sub-adulto e está junto dos outros três indivíduos conhecidos da área. O cardeal é bem territorialista e conhecendo bem o seu território e ficando em silêncio é bem tranquilo de registrá-lo. Além dele, é claro que fomos atrás de todas endêmicas e conseguimos ver todas, inclusive o casal de tio-tio-pequeno (Phacellodomus sibilatrix) já está nidificando. Essa é aves mais ameaçada de dentro do Parque. Até hoje nunca vi mais de dois indivíduos, são super raros e costumam dar um certo trabalho… O corredor-crestudo (Coryphistera alaudina) também deu trabalho dessa vez, mas conseguimos vê-lo!!!

Marcelo fotografando o cardeal-amarelo (Gubernatrix cristata).

Já fora do Parque, o que me chamou a atenção foi a quantidade de rapinantes nas estradas de chão. Estava no fim da colheita do arroz e da soja e com isso, diversas aves vão pra beira da estrada se alimentar, com isso, atraem os rapinantes! Conseguimos ver a águia-serrana (Geranoaetus melanoleucus) e o gavião-cinza (Circus cinereus) duas espécies que nem sempre dão as caras.

Confira abaixo, as fotos que o Marcelo fez na região do Espinilho:

Campanha Gaúcha e Rio Grande

Como combinado, a segunda parte da nossa viagem foi na região da Campanha Gaúcha e depois fomos pra Rio Grande. Na Campanha, passamos apenas um dia e participamos do Global Big Day, como falei no início desse texto. Foi incrível “correr atrás” e colaborar com o estado pra esse desafio em grupo, que é o Global Big Day! Conseguimos observar 111 espécies em apenas um dia e o Marcelo fez alguns lifers bem legais, como o endêmico caminheiro-de-unha-curta (Anthus furcatus), em Aceguá.
Já em Rio Grande, fomos até a REVIS do Banhado do Maçarico e por lá rolou papa-piri (Tachuris rubrigastra), noivinha-de-rabo-preto (Heteroxolmis dominicana) e o bate-bico (Phleocryptes melanops), espécie que ficou pra trás da última vez que ele veio!! Rio Grande, na minha opinião é um dos melhores locais pra birdwatching na região sul do Brasil, eu sou suspeito pra falar, eu sei. Mas quem vem pra cá, nunca se arrepende!!

Abaixo, algumas fotos que o Marcelo fez nesses locais (Clique nelas e veja em melhor qualidade):

Nesses dias juntos, conseguimos ver mais de 180 espécies de aves. Com o inverno se aproximando, as aves voltaram a ficar ativas e muitas espécies migratórias começaram a aparecer na região, como o corta-ramos (Phytotoma rutila) no Espinilho e o pedreiro-dos-andes (Cinclodes fuscus), em Rio Grande!!

Dá uma olhada no nosso Trip Report do eBird:

Trip Report no eBird.

Como falei no meu post no facebook, parece que o Marcelo tem algo que atrai as aves pra perto. Foi uma das expedições mais legais que eu já tive o prazer de conduzir, muito bicho legal e tudo acontecendo de “forma natural”, sem correria e aproveitando todos momentos, talvez seja por isso que as coisas aconteçam… Agradeço de coração ao Marcelo pela parceria e por correr pra editar as fotos e ceder elas pro post! Que em breve possamos estar juntos novamente, meu amigo!!

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