Por: Raphael Kurz
Buenas, pessoal! Passando aqui pra rapidamente contar pra você que nos lê, como foi mais uma expedição aqui no Rio Grande do Sul!
Tive o prazer de guiar o Júlio Guedes durante 5 dias por aqui e tínhamos alguns objetivos bem definidos para “buscar”. Ficamos juntos do dia 25/05 ao 29/05 e montei todo cronograma da viagem baseado na lista de lifers dele. O Júlio mesmo se denomina um “caça-lifer” e como ele já tinha vindo no sul algumas outras vezes, a minha missão era encontrar as migratórias de inverno e uma ou outra espécie que tenha ficado pra trás nessas outras visitas dele no Rio Grande do Sul.
Sobre a expedição
Como o Júlio não tem o hábito de fotografar as aves que ele já tinha fotografado noutras oportunidades e como ele queria única e exclusivamente fazer lifers, a programação inicial foi trocada e conseguimos ir até a Lagoa do Peixe (Que não estava previsto no roteiro inicial). Em Rio Grande, conseguimos ver muito bicho massa, como a gaivota-de-rabo-preto (Larus atlanticus), o colegial (Lessonia rufa), a batuíra-de-peito-tijolo (Charadrius modestus), a andorinha-chilena (Tachycineta leucopyga) e o pedreiro-dos-andes (Cinclodes fuscus). Todas essas são espécies migrantes de inverno que nos visitam nessa época do ano e ficam conosco até o final de setembro/início de outubro. Além dessas, o estorninho (Sturnus vulgaris) também era uma das espécies-alvo do Júlio, visto que essa entrou recentemente na lista de espécies reconhecidas pelo CBRO.
Nosso planejamento inicial era irmos até a região da Campanha Gaúcha pra tentar ver o arredio-do-gravatá (Limnoctites rectirostris), mas como ganhamos bastante tempo nos dois primeiros dias, mudamos os planos e fomos tentar ver ele no município do Capão do Leão, aqui do lado de Pelotas mesmo. Já fazia uns bons anos que eu não ia atrás dele por ali, mas se conseguíssemos vê-lo na parte da tarde, conseguiríamos ir pra Lagoa do Peixe pra ver algumas espécies por lá!
Fomos parando o carro em todas áreas que eu achava possível a ocorrência da espécie (Brejos com gravatás) e logo na terceira parada, conseguimos encontrá-lo e foi show de bola!!! Registro super importante pro Júlio e até mesmo pra região!!
Já na Lagoa do Peixe, conseguimos ver a rara batuíra-de-papo-ferrugíneo (Oreopholus ruficollis) e a batuíra-de-coleira-dupla (Charadrius falklandicus), ambas também são migrantes austrais (Estão por aqui no inverno). Além dessas duas, a calhandra-de-três-rabos (Mimus triurus) que também é migrante, foi registrada na nossa última tarde pela Lagoa do Peixe.
Um detalhe muito massa na Lagoa do Peixe foi que nos encontramos com mais três grupos de observadores e guias por lá, o que mostra a força da região no birdwatching! Cada um com seus objetivos em campo e todos dando dica um pro outro, pra fazer com que todos conseguissem ver as espécies que procuravam, isso é massa demais!!!!!!!!!!!!
Os guias eram o Fernando Farias, de Santa Catarina que estava com um grupo de estrangeiros, o Alex Mesquita, de SP com uma galera nota 10 de Sâo Paulo também. Eu, de Pelotas com o Júlio e o Eloir, que mora em Mostardas estava com o Fábio Landmeier e com a Fabi, grandes amigos!!
Lista de lifers que o Júlio fez:
- estorninho (Sturnus vulgaris)
- carqueja-de-escudo-vermelho (Fulica rufifrons)
- colegial (Lessonia rufa)
- batuíra-de-peito-tijolo (Charadrius modestus)
- batuíra-de-coleira-dupla (Charadrius falklandicus)
- pedreiro-dos-andes (Cinclodes fuscus)
- andorinha-chilena (Tachycineta leucopyga)
- arredio-do-gravatá (Limnoctites rectirostris)
- batuíra-de-papo-ferrugíneo (Oreopholus ruficollis)
- gaivota-de-rabo-preto (Larus atlanticus)
- calhandra-de-três-rabos (Mimus triurus)
Foram 11 lifers. Olhando a lista, a gente percebe que praticamente todas espécies são exclusivas aqui do RS e migrantes de inverno. Isso mostra que independente da estação, sempre tem bicho legal pra ver por aqui! A sazonalidade das aves no Rio Grande do Sul sempre impressiona!
Algumas fotos que ilustram essas espécies:
A beleza singular dos flamingos
Vir pra Lagoa do Peixe no inverno é a certeza de ver os flamingos-chilenos (Phoenicopterus chilensis). Dessa vez, me chamou a atenção a enorme quantidade de individuos que encontramos. Seguramente eram mais de 500 e praticamente em todos os cantos da Lagoa, como até então eu ainda não tinha visto! A seca realmente foi embora e agora eles retornaram com toda força! Na nossa última tarde por lá, fomos dar uma volta pela Lagoa e vivenciamos um espetáculo da natureza! Eram vários flamingos, com uma luz excelente pra fotografar, propiciando momentos excelentes pra algumas fotos!!
Encerro esse post agradecendo ao Júlio pela parceria nesses 5 dias juntos, não é sempre que recebo aqui no sul um dos passarinheiros mais antigos do país. O Júlião é vanguardeiro na fotografia e observação de aves no Brasil e tive a oportunidade de aprender bastante com ele!!
Já estamos com as datas definidas para o WorkPhoto na Lagoa do Peixe em 2024, bora participar conosco? Clique na foto abaixo e veja todos detalhes!
Quer observar aves conosco ainda em 2023? Temos algumas datas disponíveis para o segundo semestre desse ano! A partir de junho é uma excelente época pra fotografar por aqui. Bora passarinhar conosco?
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