Por: Raphael Kurz
Sempre antes de começar a escrever os relatos aqui, eu abro o Google Fotos e começo a lembrar de algumas coisas importantes que aconteceram nos dias da viagem, como estou escrevendo de uma expedição que fizemos em setembro, preciso refrescar a memória pra facilitar na hora de tentar relatar o que rolou… Mas enfim, revivendo os vídeos e fotos, ficou parecendo pra mim, que estar com esse trio não foi trabalho, mas sim um passeio com amigos… Nos divertimos bastante, conversamos muito e principalmente: Vimos muuuitas espécies incríveis!!
O Ernani, o Hilton e o Ralph, ou melhor, os Silver Birders (até agora não lembro o motivo desse ser o nome do grupo, mas enfim), vieram pro RS e o destino escolhido foi o Parque do Espinilho, local incrível pra observação de aves aqui no sul. Mas antes de irmos até o Parque, saímos pra passarinhar em outros locais do estado, como você vai ler no decorrer do post…
Começamos e terminamos nossa expedição na Associação Rural de Pelotas, local onde começou minha caminhada na observação de aves. Pra quem não sabe, em 2012 eu trabalhava na equoterapia da APAE e por lá, comecei a prestar atenção nas espécies que haviam por ali. O tempo foi passando, comprei uma câmera, conheci o Wikiaves e hoje tô aqui escrevendo esse post pra um bando de louco passarinheiro que ainda “perde tempo” lendo hahaha brincadeira, é que passou um filmezinho na minha cabeça agora, mas vamos manter o foco…
Na Rural, encontramos a coruja-orelhuda – Asio clamator, espécie que estava aparecendo bem naqueles dias, logo depois seguimos caminho pra Rio Grande e fomos atrás das aves migratórias austrais, como o colegial e o pedreiro-dos-andes. Conseguimos encontrar as duas espécies e além delas, vimos algumas outras aves bem legais (No final do post vai ter o link pra ver todas as espécies listadas no e_Bird).
No nosso segundo dia, seguimos para o Espinilho… Mas no caminho, resolvemos dar uma passada em Pinheiro Machado pra dar um oi pro arredio-do-gravatá – Limnoctites rectirostris e pra outras espécies dali. Esse local que visitamos é um oásis de vida no meio do pampa, sempre que eu vou lá com clientes é uma festa. Considero o melhor local pra se fotografar o veste-amarela – Xanthopsar flavus na temporada que ele aparece por ali… Chegamos no Espinilho no final do dia com o sentimento de ansiedade pelo dia seguinte…
Parque do Espinilho
Sempre que chegamos no Parque, o sentimento é o mesmo. Muita ansiedade dos passarinheiros em adentrarem as áreas para procurarmos as aves, em especial, o ameaçado cardeal-amarelo – Gubernatrix cristata. Antes de começarmos nossa “saga” atrás dessa espécie incrível, eu traço um caminho por dentro do parque para que possamos ir vendo uma ou outra espécie do “Top 7” do Parque. Assim, vamos passarinhando até encontrar o cardeal-amarelo. Na minha concepção, é a maneira mais legal de se fazer, porque quando encontramos ele, já estamos com algumas espécies importantes registradas… Nessa expedição, deu pra fazer fotos boas do cardeal-amarelo logo na primeira incursão no Parque e eu sempre costumo dizer após a galera registrá-lo que eu tirei uma carga de 50kg das costas, porque querendo ou não, é uma pressãozinha atravessar o estado atrás de uma espécie. Vá que a gente não encontre (até hoje nunca aconteceu comigo).
Resumindo: Conseguimos ver todas endêmicas do Espinilho e na minha opinião, com fotos boas de todas elas. Quer saber mais sobre esse local incrível? Dá uma olhada na página nova que criamos aqui no site CLICANDO AQUI. Sério, dá uma lida sobre o Parque, tu vai gostar bastante!!
Agradecimento especial ao pessoal do Parque por nos receber com toda atenção e nos acompanhar na região.
Abaixo, algumas fotos feitas no Parque e no seu entorno:
Após dois dias no Parque, retornamos para Bagé e registramos a chegada da marreca-oveira, outra espécie icônica que visita a região durante o verão. Também fomos até o Sítio Flor & Osória e rolou uma surpresa legal ao entardecer, o aracuã-escamoso – Ortalis squamata desceu no comedouro fazendo a alegria dos guris!! Nosso objetivo no sítio terminou a noite, quando registramos a corujinha-do-sul – Megascops sanctaecatarinae.
O último município que visitamos nessa viagem Rio Grande, onde fomos na Praia do Cassino pra ver as aves costeiras e como falei no início, terminamos a viagem na Associação Rural, ao lado da coruja-orelhuda. Ficamos até o meio da tarde ali, esperando a hora dos guris pegarem o rumo do aeroporto.
Uma das vantagens de vir pro Espinilho, é que no percurso ou no entorno de Pelotas, a gente consegue ver muita coisa massa, dá uma olhada nas fotos abaixo:
Essa foi daquelas passarinhadas que passaram muito rápido. Quando a gente inicia o dia com objetivos (lifers) definidos, geralmente o tempo voa, porque num momento estamos num local e pouco tempo depois já estamos noutra área vendo outra espécie. Costumo dizer que aqui no sul temos que conhecer os ambientes das aves, daí destinamos um turno pra explorar cada um desses ambientes, fazendo com que aumenta a possibilidade de encontrar certas espécies.
Principais espécies vistas na viagem:
marreca-oveira – Mareca sibilatrix
mergulhão-de-orelha-branca – Rollandia rolland
pomba-do-orvalho – Patagioenas maculosa
gaivota-de-rabo-preto – Larus atlanticus
gavião-cinza – Circus cinereus
corujinha-do-sul – Megascops sanctaecatarinae
arapaçu-platino – Drymornis bridgesii
pedreiro-dos-andes – Cinclodes fuscus
rabudinho – Leptasthenura platensis
tio-tio-pequeno – Phacellodomus sibilatrix
tio-tio – Phacellodomus striaticollis
corredor-crestudo – Coryphistera alaudina
lenheiro – Asthenes baeri
arredio-do-gravatá – Limnoctites rectirostris
boininha – Spartonoica maluroides
coperete – Pseudoseisura lophotes
corta-ramos – Phytotoma rutila
colegial – Lessonia rufa
viuvinha-de-óculos – Hymenops perspicillatus
veste-amarela – Xanthopsar flavus
cardeal-amarelo – Gubernatrix cristata
Sério, dá uma olhada nessa lista e vê a quantidade de ave endêmica que encontramos, show de bola mesmo!!!
Pra ver todas aves que encontramos, clique nesse link e acesse o nosso Trip Report no e-Bird.
Encerro esse post agradecendo aos guris pela parceria. Foi muito bom estar junto nesses dias aqui pelo sul. Sei que eu não paro de falar, mas faz parte… Aproveito e peço publicamente desculpas públicas ao Ernani por ter que nos aguentar cantando Evidências na volta pra Pelotas kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Enfim, estou com a agenda aberta para a segunda quinzena de fevereiro, ótima época pra visitar a Lagoa do Peixe e até mesmo o Parque do Espinilho! Janeiro é muito quente e por isso começa a ficar melhor sempre a partir de fevereiro pra observação de aves aqui no sul. A segunda coisa e não menos importante, é que ainda há algumas vagas para o Workshop que ocorrerá no final de março na Lagoa do Peixe. Clique aqui e veja todos os detalhes ou clique no banner abaixo nessa publicação, tenho certeza que será uma experiência incrível!!
Agradeço à ti, que leu todo esse post e que nos acompanha desde sempre!!
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