Por: Raphael Kurz
Se tu gosta de surpresas, tu não pode deixar de ler até o final…
Sem dúvidas, essa foi uma das viagens mais especiais que eu já fiz. Uma por estar com o Leonildo pela terceira vez e outra pelas espécies encontradas, foi demais mesmo. Antes de começar a falar sobre as aves e sobre a saída, vou falar um pouco sobre esse cliente que nem posso mais chamar de cliente, mas sim de amigo..
O Leonildo é uma pessoa que apareceu na “minha vida” no ano passado, quando ele me contatou perguntando “como funcionava” o meu trabalho e marcamos a primeira saída, no início de 2020. Desde lá, vi que o cara era especial e gente boa. Sabe aquelas pessoas que tu conversa e parece que já faz anos que se conhecem? Pois é, esse é o Leonildo… Conversamos sobre tudo, sobre tudo mesmo. Sobre a vida, sobre a família, sobre negócios, sobre viagens e etc. Aprendo muito com as pessoas que vem aqui pro sul, mas esse cara é o que mais me ensina, uma ótima companhia e como eu digo pra ele: “Não estou puxando teu saco”, é tudo verdade mesmo! Obrigado pelos ótimos dias juntos, meu amigo…
Mas agora, bora falar de passarinho?
Programamos a viagem para 5 dias rodando por Bagé, Aceguá e Barra do Quaraí. Mas ele veio um dia antes e resolvemos dar uma passadinha em Rio Grande, pra tentar encontrar algumas espécies migratórias de inverno que ele ainda não havia registrado. O resultado foi excelente, vimos diversas espécies numa tarde fria e chuvosa, mas o grande destaque foi registrar a pomba-antártica, foi uma emoção gigante encontrar a espécie, como escrevi aqui nesse post.
Bueno, antes mesmo de iniciar a viagem, já havíamos feito muita coisa legal, mas a maior descoberta foi no dia seguinte… Fomos pra Bagé e Aceguá, um dos melhores destinos pra observação de aves no pampa, onde registramos espécies muito características do Bioma Pampa. Por lá, no meio da manhã encontramos o Caio Belleza, grande parceiro de vida e que a observação de aves me deu de presente. Partimos pra Aceguá e por lá fomos vendo várias aves legais, mas no meio da tarde o tempo virou e a chuva começou a descer, era uma garoinha chata que impossibilitava de descermos do carro, mas mesmo assim seguimos pelas estradas registrando a bicharada.
Em certo momento, o Leonildo viu um casal de curicaca-real e quis registrar pra melhorar sua foto da manhã, nessa hora o Caio perguntou: “Aquilo lá atrás é um quero-quero? Ele tá muito estranho”. Peguei o binóculo e na hora falei: “É um daqueles gaúchos ou gauchinhos”. Então, era o gaúcho-chocolate, uma das aves mais difíceis de se ver no Rio Grande do Sul, tanto é que foi o terceiro registro dele pro estado de acordo com o Wikiaves.
Descemos do carro com garoa e tudo e fomos atrás do bicho pra tentar um registro. Consegui contar 7 indivíduos, e vivi uma das melhores experiências que já tive na observação de aves, a adrenalina foi no céu!! Passado o “susto”, seguimos viagem e encerramos o dia de maneira muito positiva.
O que vale ressaltar é a importância de notarmos os detalhes que estão a nossa volta, se não fosse a atenção do Caio, deixaríamos passar essa espécie e não notaríamos a sua presença por ali!
Bora pra Fronteira!
Na nossa “terceira fase” da expedição, fomos direto para Barra do Quaraí, rodamos mais 500km em busca das aves da Fronteira Oeste. Chegamos lá passando o meio-dia e fomos parando em locais “estratégicos” e antes de chegar no Parque, o Leonildo já tinha feito 4 lifers. Costumo falar que a maioria dos observadores vai direto pro Parque e acaba deixando de fotografar algumas espécies que são mais fáceis de serem vistas no seu entorno.
Fomos muito bem recebidos pelo Maurício, pela Bianca, pelo Bruno e pelo Maycon, essa galera sim vale ouro. Nunca vi uma dedicação tão grande pra cuidar de um lugar tão abençoado no nosso estado. Agradeço muito à vocês pelo ótimo acolhimento e companheirismo nesses dias.
Mas além dessa recepção, fomos recepcionamos por outra espécie rara, o corta-ramos. Essa é outra ave cascuda que aparece aqui no estado nos períodos de inverno, mas nem sempre dá as caras..
Ficamos praticamente 3 dias no Parque e por lá enfrentamos frio, neblina, sol, chuva e mesmo assim, com todas adversidades, conseguimos ver quase todas espécies que procurávamos. Faltaram apenas duas, o rabudinho e o tio-tio-pequeno.
Lista de lifers do Leonildo durante a viagem:
- marreca-cricri
- gaivota-de-rabo-preto
- colegial
- pedreiro-dos-andes
- batuíra-de-peito-tijolo
- garça-azul
- tricolino
- calhandra-de-três-rabos
- arapaçu-platino
- pica-pau-anão-carijó
- mergulhão-de-orelha-branca
- mergulhão-grande
- bico-duro
- curicaca-real
- gaúcho-chocolate
- pica-pau-chorão
- corta-ramos
- pica-pau-anão-barrado
- capacetinho
- coperete
- cardeal-amarelo
- arredio
- alegrinho-trinador
- lenheiro
- corredor-crestudo
- iraúna-de-bico-branco
- suindara
Algumas fotos que o Leonildo fez durante a expedição:
Foram muitas aves registradas e vistas além dessas. Esse é o outro ponto legal de estar com o Leonildo, ele se empolga registrando até espécies que ele já registrou em outros locais, não fica só na função dos lifers. Acredito que essa energia acaba sendo positiva até pra encontrar com mais facilidade as espécies. Obs.: Isso é uma crença minha, tem gente que não acredita muito nisso.
Dá uma olhada em mais algumas fotos da expedição:
Encerro esse post agradecendo à todas pessoas que citei na publicação pela parceria nesses 6 dias e também deixo meu agradecimento ao Luiz, do Barra Hotel em Barra do Quaraí, que fez de tudo para que nossa estadia por lá tenha sido a melhor possível.
No mais era isso, agora é descansar um pouco, pois logo partimos pra mais outras expedições e logo logo estaremos no Espinilho encarando um frio de rachar novamente!!
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