DIÁRIO DE GUIA: Henri Cesar

Por: Raphael Kurz

Boooora falar de passarinho mais uma vez? Falar não, escrever, né? Eu acho engraçado que quando começo a escrever, parece que estou conversando comigo mesmo e acabo tendo que apagar e reescrever várias coisas porque acabam ficando sem sentido pra quem lê. Exatamente como está acontecendo agora, mas não dá nada, dessa vez vai ficar aqui kkkkkkkkkkkk Nesse momento estou aqui na Lagoa do Peixe e encerramos o dia de passarinhada e como preciso atualizar o blog, essa foi a janela de tempo que arrumei pra escrever (antes que o sono bata e me derrube). Enfim, bora lá!!

Sobre a expedição:
O Henri é daqueles que antes de chegar, já traz bastante desafios pro guia e o maior e mais “assustador” deles é proibir o uso do playback durante a passarinhada. É, isso mesmo que tu leu! Desde o início das nossas conversas ele deixou claro que não gostaria que fosse usado o playback e eu também deixei claro que seria impossível ver algumas espécies da lista dele se não usássemos essa ferramente que pra mim, é fundamental pra uma passarinhada.
Foi desafiador, mas foi bem mais tranquilo que eu esperava… Mas isso vou contar no decorrer do texto!!

Passamos quatro dias juntos (10 ao 13 de outubro) e elaborei um roteiro no qual fosse possível de ver o maior número de espécies sem usar o playback. Passamos a maior parte do tempo em Rio Grande e também visitamos o Sítio Flor & Osória na Serra dos Tapes.

Rio Grande
Costumo falar que Rio Grande é um dos (se não o melhor) municípios pra observação de aves no sul do Brasil e sim, de fato é. Porque é tão bom aqui? Nessa época há muita água, muita vida e principalmente, muita ave legal. E como geralmente eu costumo me organizar pra irmos nos melhores locais de acordo com a luz, conseguimos fazer muita coisa massa! “Ah, mas como assim de acordo com a luz?” Eu procuro sempre fotografar com a luz a favor, pra aproveitarmos ao máximo os locais que visitamos. Ninguém gosta de fotografar com a luz contra, né? E com o Henri, como tivemos que ficar sem o plauback, nada melhor que aproveitarmos com calma os melhores hotspots de Rio Grande.
Nesses dias conseguimos ver muitas aves incríveis, com destaque para as aves aquáticas que como falei no início desse parágrafo, estão aparecendo em grande quantidade nessa época.

Na Praia do Cassino, conseguimos ver algumas espécies bem legais, mas o destaque ficou para a gaivota-de-franklin (Leucophaeus pipixcan), espécie bem incomum por aqui. Também conseguimos acompanhar a chegada dos maçaricos que estão descendo do hemisfério norte pra cá. Conseguimos encontrar algumas espécies na beira da praia e desde então, estão aparecendo em grande número por aqui!

Algumas registros feitos em Rio Grande:

Serra dos Tapes e Sítio Flor & Osória
Se fotografar em ambientes abertos já é desafiador sem playback, imagina ir pra mata atlântica? Pois é… Em virtude disso, resolvemos dar uma passadinha em Pelotas na arena dos beija-flor-de-topete-azul (Stephanoxis loddigesii) e ali o Henri “se lavou” fazendo fotos. Sério, é muito bom e tranquilo fotografá-los nessa época do ano. Mas pra isso precisamos encontrar o território e as arenas, mas como acompanho esses locais com frequência, fica mais fácil. Além dessa área em Pelotas, obviamente fomos até o Sítio Flor & Osória, onde tem o melhor comedouro pra aves do Rio Grande do Sul.
Não preciso nem dizer que o Henri se fartou fazendo fotos, né? Ficamos ali durante a tarde que teoricamente é o pior horário pra se ver aves e mesmo assim conseguimos ver quase todas espécies que ocorrem no comedouro, com destaque para o sanhaço-papa-laranja (Rauenia bonariensis) e para a linda saíra-preciosa (Stilpnia preciosa), que pra mim são as estrelas do local. Os tucanos também deram show graças ao ótimo trabalho do Gustavo e da Fabi que cuidam do Sítio com muito zelo e amor.

Algumas espécies registradas no Sítio Flor & Osória:

Encerramos a expedição com 160 espécies observadas no nosso TripReport. Como não visitamos muitos ambientes diferentes, considero um número de espécies excelente. Ainda mais se levar em consideração que não usamos o playback em nenhum momento… E vale ressaltar que muitas dessas aves são espécies com ocorrência restrita ao Rio Grande do Sul.

Agradeço de coração ao Henri por esses dias incríveis que tivemos juntos. Confesso que foi desafiador trabalhar assim, mas foi de um aprendizado tremendo. Aprendi a sentar, ter paciência e esperar a ave colaborar. Muitas vezes a gente lida com uma galera super acelerada que mal clica e já pergunta qual a próxima espécie vamos ver e passarinhar com o Henri deu pra ver que mesmo sem correria, dá pra ser super produtivo e acabamos OBSERVANDO aves, ao invés de só CLICAR aves.
Enfim, costumo dizer que cada pessoa é uma pessoa e não há certo e nem errado na observação de aves. São perfis diferentes e que temos que saber lidar com todos eles, mas é nítido que as aves cooperam pra aqueles que tem paciência…
Obrigado por tudo, Henri! Foi um prazer estar contigo e até a próxima, meu amigo.

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