Por: Raphael Kurz
Buenas, pessoal! Abril foi um mês de muita correria e muitas aves por aqui. Estivemos mais de 10 dias no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, rodamos por alguns outros locais do RS, estivemos em Urupema, na Serra Catarinense pra expedição papagaio-charão e agora estamos iniciando o mês de maio, mês de rodar o estado e também participar do Avistar, em São Paulo. De maio a dezembro é excelente fotografar e observar aves por aqui, então esse ano vai ter muito texto no nosso blog!!
Sobre a expedição:
Como abril é uma ótima época pra ver as aves limícolas na Lagoa do Peixe, o Aldrey resolveu vir visitar esse paraíso natural das aves migratórias. Juntos, rodamos por 5 dias e visitamos Rio Grande, Morro Redondo e é claro, a Lagoa do Peixe.
Ficamos juntos do dia 14 ao 17 de abril e enfrentamos um clima bem adverso, pegamos bastante chuva e isso nos atrapalhou um pouco, já que as estradas ficam quase intransitáveis na Lagoa do Peixe.
Mas mesmo assim, conseguimos otimizar o tempo e fomos atrás das espécies que estavam na lista do Aldrey e sim, deu pra ver muita coisa legal.
Bora falar sobre a passarinhada? Leia até o final do post!
Lagoa do Peixe
É, a chuva quando quer aparecer, não há nada que possamos fazer… Ainda mais em ambientes abertos, com estradas relativamente precárias e com uma lagoa que pode subir o nível, como a Lagoa do Peixe. Eu e o Aldrey enfrentamos alguns desafios pra ver a bicharada na Lagoa do Peixe e logo no primeiro dia, quando saímos de Pelotas, pegamos uma chuva bem forte impossibilitando que tivéssemos um primeiro dia de passarinhada na Lagoa do Peixe. Menos mal que antes de pegarmos a balsa, deu pra dar uma passada na Praia do Cassino e registrar algumas aves.
Mas o foco aqui é Lagoa do Peixe e na região, conseguimos ir até a Barra e encontrei uma Barra totalmente diferente da semana anterior. Havia muita água, muito vento e também muitas, mas muitas aves. Eram bandos imensos de maçaricos, trinta-réis, flamingos e outras espécies. Na Barra é sempre bom ficar ligado em tudo que voa, pois as aves passam voando e geralmente há possibilidade de fazer fotos bem legais nesses momentos.
Além de observar cuidadosamente os maçaricos, já que a diferença entre eles é quase nula, quase… Já que alguns se destacam pelo seu tamanho e comportamento. O maçarico-branco (Calidris alba) é um exemplo, geralmente é fácil de encontrá-lo pois está sempre em bando, é muito raro vê-lo solitário. O maçarico-de-papo-vermelho (Calidris canutus) é a mesma coisa, geralmente estão em bandos.
A luz não estava das melhores por causa do tempo instável, mas deu pra ver diversas espécies incríveis na Lagoa do Peixe, como o raro mandrião-pomarino (Stercorarius pomarinus) que deu o ar da graça e nos presenteou com belos registros. Não é sempre que encontramos aves pelágicas na beira da praia. Geralmente gosto de ir pro litoral após essas viradas de tempo, já que algumas vezes essas espécies marinhas chegam cansadas e vem descansar no litoral. Foi nosso dia de sorte.
Falando em sorte, também tivemos azar. Sim, azar em pegar dias muito ventosos, impossibilitando de ver algumas espécies bem “fáceis”, como o papa-piri (Tachuris rubrigastra) que vocalizou bastante em alguns pontos, mas não quis aparecer pra foto.
Costumo dizer que os dias de vento são infinitamente piores que os dias de chuva. Na chuva ao menos conseguimos fazer algum ou outro registro de dentro do carro, mas no vento as aves literalmente somem, complicando muito nossa vida.
Algumas espécies registradas na Lagoa do Peixe:
Rio Grande e Morro Redondo (Sítio Flor & Osória)
Como falei no post anterior, nessa época de abril/maio, há um movimento incrível das aves por aqui. Várias espécies migratórias indo embora pro hemisfério norte e algumas espécies migrantes chegando do sul pra ficar aqui na região durante o inverno. E em Rio Grande é visível essa movimentação. Na nossa passada por aqui, na mesma área vimos uma espécie do norte, o maçarico-acanelado (Calidris subruficollis) e também vimos duas aves chegando do sul, como o pedreiro-dos-andes (Cinclodes fuscus) e o colegial (Lessonia rufa). Poder presenciar e ver esses movimentos é incrível e anualmente eu gosto de registrar a chegada dessas espécies.
No Sítio Flor & Osória as aves já estão com tudo. O inverno tá se aproximando e os caquis estão acabando e com isso, a bicharada já está chegando no comedouro. A saíra-preciosa (Stilpnia preciosa) e o sanhaço-papa-laranja (Rauenia bonariensis) são as estrelas do comedouro. Dessa vez rolou uma baita surpresa, o Aldrey conseguiu fazer ótimas fotos do beija-flor-de-topete-azul (Stephanoxis loddigesii) que apareceu no jardim do sítio. Esse é um dos beija-flores mais especiais aqui do extremo sul!!
Na saída do sítio registramos o aracuã-escamoso (Ortalis squamata), mais uma espécie que é lifer pra maioria dos observadores que visitam a região.
Alguns registros feitos em Rio Grande e no Sítio Flor & Osória:
Assim como eu, o Aldrey usa bastante o eBird e juntos fomos fazendo listas durante a expedição e pelas minhas contas, vimos juntos 118 espécies. Ótimos números levando em conta que a chuva atrapalhou bastante durante os primeiros dias.
Além da quantidade de espécies, vale ressaltar a quantidade de aves endêmicas e típicas aqui do pampa, que pra mim é o que mais vale.
Agradeço ao Aldrey pela parceria nesses dias. Foram dias incríveis, com direito ao primeiro friozinho do ano, carro atolado e outros desafios, mas que com certeza valeram a pena.
Valeu por tudo, meu amigo! Até a próxima!!
Ainda tenho alguns períodos disponíveis na minha agenda nesse ano:
08/06 à 13/06
25/06 à 05/07
22/07 à 09/08
19/08 à 25/08
04/09 à 21/09
27/09 à 20/10
15/12 à 22/12
Bora passarinhar? Agende sua expedição!!
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