DIÁRIO DE GUIA: Silvia Faustino Linhares

Buenas, pessoal! Bora contar como foi mais um tour aqui pelo sul? Dessa vez guiando ninguém mais, ninguém menos que a querida Silvia Linhares… É, e teve muita coisa boa nessa viagem, bora ler?

Vou tentar escrever de maneira mais breve possível e com certeza, tu vai conseguir ver maiores detalhes da viagem lá no bloguinho da Silvia, onde ela detalha tudo das suas viagens e sei que ela vai saber expôr melhor do que eu, o que foram esses nossos dias juntos.

Então, tudo começa lá em 2020, quando a Silvia comentou numa foto no nosso instagram dizendo que queria se organizar pra vir fotografar conosco. Na época senti um certo “medo” de guiar uma das pessoas mais influentes na observação de aves do Brasil, mas foi passando o tempo e nunca mais tocamos no assunto e fui deixando a ideia de lado, até que na metade desse ano, ela me chamou no WhatsApp e marcamos uma chamada de vídeo (tenho o costume de fazer isso com potenciais clientes) e nessa chamada de vídeo começamos a conversar sobre TUDO, menos sobre a vinda dela pra cá. Na verdade, nos últimos 15 minutos da conversa, deixamos uma possível vinda meio apalavrada. Passou o tempo, ela comprou as passagens e começamos a montar todo roteiro em conjunto. O objetivo dela era ver quatro possíveis lifers: pisa-n’água, narceja-de-bico-torto, joão-platino e a rara sanã-cinza. Nos meses anteriores a vinda dela, eu comecei a mapear todos possíveis pontos para vermos essas aves. Já pensou ela vir até aqui e voltar pra casa sem ver nenhuma novidade? Pois é, esse tipo de responsabilidade só quem é guia, carrega. Então com “quase tudo mapeado”, fui ficando mais tranquilo e sabendo que poderiamos ver essas aves quando ela chegasse.

Nesse meio-tempo, ficamos sem muita comunicação, ela com os compromissos dela e eu rodando pra cima e pra baixo trabalhando muito aqui no sul e pouco antes dela chegar, ela ainda foi pra Colômbia, foi uma correria danada.

Combinamos tudo e fui buscar ela no aeroporto de PoA. Cheguei lá mais cedo, meio ansioso (como sempre), sentei e fiquei esperando ela até que aconteceu algo bem chato: A bagagem dela havia sido extraviada e começamos o tour com o pé esquerdo, mas faz parte. Eu, como sempre, tentei fazer ela ficar tranquila e deixar isso pra ser resolvido depois. Nos deslocamos para Tavares, onde chegamos no final do dia com uma super recepção do Neri, na Chácara Manduca Belém.

Bora pros passarinhos?

Nosso primeiro dia na Lagoa do Peixe era fundamental para os próximos dias de viagem, porque quanto antes a gente encontrasse esses lifers pra ela, mais cedo ficaríamos livres pra ela melhorar outras fotos que fez anos atrás por aqui e isso era uma das coisas que combinamos. Logo na primeira manhã, tivemos fortes emoções. A primeira delas, foi atolar o carro logo na chegada na Barra da Lagoa (mas consegui sair) e a segunda foi atolar na saída da Barra, essa só saímos graças a ajuda do Leonel, guia turístico de Mostardas que tá acostumado a me salvar. Kkkkk
Mas a maior e mais importante “emoção” da manhã foi no momento que sentamos pra ver a sanã-cinza e ela apareceu super bem em menos de 5 minutos, dando chances de ótimas fotos. Só quem já TENTOU fotografar esse bichinho sabe o quanto ele é difícil, mas quando a energia das pessoas é boa, a coisa flui naturalmente. De quebra, encontramos o joão-platino e encerramos a manhã com 50% das espécies-alvo encontradas e devidamente registradas.
Na parte da tarde, mais uma super missão: Encontrar a narceja-de-bico-torto. Acha que encontramos? Se tu pensou que sim, acertou!!! Foi fácil? Não foi nada fácil, mas deu pra ela fazer uma foto relativamente boa. Primeiro dia por aqui e 75% dos objetivos atingidos, show de bola!

No dia 2, rodamos pela Lagoa atrás de algumas espécies mais comuns como o papa-piri e outras aves características da área. Procuramos por tudo pelo pisa-n’água, mas infelizmente não conseguimos encontrá-lo.

Bom, o que fazer quando se tem praticamente 6 dias livres pra passarinhar? Pra muito observador, não tem graça se não tem lifer, mas pra nós, foi muito diferente. Quando esse tipo de situação aconteceu, eu costumo dizer que eu dou as cartas e o cliente escolhe o que quer jogar. Falei pra Silvia algumas possibilidades de locais e espécies pra encontrar e juntos, decidimos voltar pra Rio Grande, pra outra parte da nossa expedição.
A Silvia, ficou hospedada na casa da Ana Teresa, carinhosamente chamada de Aninha por nós. E ela resolveu embarcar junto conosco numa ida até o Uruguai pra ver passarinho e pra Silvia fotografar alguma espécie no Chuí, ponto mais austral do Brasil. Como não somos bobos, aproveitamos pra almoçar por lá e comer um belo almoço à moda uruguaia, o passeio foi demais e de quebra, conseguimos influenciar a Aninha a pegar gosto por passarinhos. Como ela já é fotografa (e das boas), não foi difícil ver ela clicando uns bichinhos, como a viuvinha-de-óculos no TAIM.

No decorrer dos dias, rodamos em vários lugares por Rio Grande e a Silvia conheceu o Fabiano Rosa que foi fotografar conosco durante uma manhã, ele estava louco pra conhecer ela e a manhã foi incrível, com muita ave legal. Vale ressaltar que eu havia trocado de câmera e essa foi a primeira vez que eu tive oportunidade de usá-la e confesso que tive vontade de jogar ela fora umas 1000 vezes e a Silvia com toda paciência do mundo foi tentando me explicar e aos poucos fui entendendo um pouco melhor a dinâmica desse equipamento novo. (Obrigado, Silvinha).

Na última noite, marquei uma confraternização com os observadores de aves aqui da região, com minha família e é claro, com a Silvia. Fomos todos juntos no Cruz de Malta pra comer uns petiscos e obviamente tomar uma cervejinha (menos eu, porque estava dirigindo, que porcaria kkkkkkkkkkkk). Mas foi um momento muito legal onde pudemos reunir diversas pessoas bacanas e rolou vários assuntos legais, envolvendo observação de aves, é claro.

Abaixo, algumas espécies que registramos durante esses dias:

Abaixo, algumas fotos de momentos que vivemos juntos durante esses dias:

Como falei lá no início, tentei ser o mais breve contando como foi essa expedição. Tenho certeza que a Silvia vai detalhar tudo beeeeeem melhor que eu, ela é mais preparada que eu com as palavras kkk
Mas voltando a falar sério, foi incrível conhecer a Silvia. Sabe quando um fã conhece um ídolo? Foi mais ou menos assim. Porque desde que eu comecei a fotografar, lá em 2014 eu ficava lendo as coisas dela e talvez ela nem saiba, mas o meu blog aqui, foi muito por me inspirar no dela. Já havia lido o post dela sobre como um guia devia se portar e aquela publicação foi “um norte” para que eu pudesse entender um pouco mais da profissão de guia. Lembro que durante nossos dias juntos ela disse que achava incrível eu guiar como guio, sem ter viajado com outros guias pra pegar experiência. Pois é, eu costumo dizer que a gente aprende muito com quem vem de fora. Eu não viajo pra fora do estado, mas recebo inúmeros viajantes que fazem com que eu aumente minha experiência, tanto profissional, como de vida.

Falando em experiência de vida, como aprendi nessa viagem… Putz, muita coisa mesmo! Chegamos a dizer que nós viramos psicologos de clientes e vice-versa. Foi uma troca muito legal, onde eu pude falar certas coisas que acho totalmente erradas no meio da observação de aves pra ela e ela dar a opinião dela e ambos foram construindo uma confiança que até hoje nos falamos bastante. Muito sobre passarinho e muito mais que não é sobre passarinho. Acho que a observação de aves tem isso, nos aproximar de pessoas muito boas (nem sempre kkkkkkkkk) e a Silvia foi uma das melhores que já passaram por aqui, sem dúvidas.

Obrigado Silvinha por tudo, tu é um ser ímpar que quero levar sempre junto comigo! Obrigado por me acalmar quando eu tô irritado e quero ser o justiceiro e obrigado por me aguentar falando tanta porcaria e tanta bobagem, mas isso eu jamais vou mudar kkkk Espero que possamos nos ver novamente, aqui no sul ou aí no Avistar.

Para ver todas espécies que encontramos e todos lugares que visitamos, acesse esse link: https://ebird.org/tripreport/7460. O eBird trouxe uma novidade muito legal, onde conseguimos compilar todas as listas da viagem em apenas um local. Dá uma olhada aí!!

Acho que me passei e poucas pessoas chegarão até o final da leitura, mas o que quero dizer é que: O RIO GRANDE DO SUL É LINDO E TEM MUITO BICHO LEGAL PRA VER AQUI!!!!!
Bora agendar tua saída conosco? A agenda pra 2022 já está aberta e a bicharada (e eu) estamos te esperando por aqui!

 

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