DIÁRIO DE GUIA: Guilherme Thielen e Fernando Paludo

Por: Raphael Kurz

Bora bora bora boraaaaa falar de passarinho mais uma vez? A vida por aqui anda bem corrida, mas sigo tentando manter o blog atualizadinho pra não deixar acumular trabalho por aqui. Mas aí vão me dizer: “Trabalho? Escrever em blog dá trabalho agora?”. Experimenta aí, renderiza foto, estrutura um post e depois me conta kkkkkk mas vou deixar de choro e vou escrever, pelo visto você já viu que hoje tô animado, né? Então acompanha até o final, que essa expedição foi show de bola!!

Sobre a viagem:

Ficamos juntos do dia 30 de julho ao dia 2 de agosto e como tínhamos “apenas 4 dias”, organizamos um roteiro bem legal para que pudessemos ir atrás das espécies aqui do pampa com o Fernando e com o Gui. Foram dias intensos e desafiadores, mas que com certeza valeram muito a pena. Visitamos os municípios de Rio Grande, Pelotas e Bagé e como tínhamos espécies-alvo bem definidas, conseguimos otimizar bastante o nosso tempo.

Rio Grande

Eu sei que é chato ler eu sempre falando bem de Rio Grande por aqui, mas na minha opinião é o MELHOR MUNICÍPIO pra se observar aves no Rio Grande do Sul. Porque? Porque (no inverno) aqui a gente encontra praticamente as mesmas espécies da Lagoa do Peixe e a diferença é que conseguimos chegar em praticamente todos os hotspots de carro e a abundancia de indivíduos é muito maior, fazendo com que se tenha mais chance de observar as espécies procuradas. Ok, a Lagoa do Peixe é incrível, mas se tu quiser ver as aves migrantes austrais, vem pra Rio Grande que tu não vai se arrepender…
Como falei no início do post, tínhamos objetivos bem definidos e logo na primeira manhã, já conseguimos ver várias espécies da lista dos guris e elas são justamente as migrantes austrais que tanto escrevo aqui, como o pedreiro-dos-andes (Cinclodes fuscus), a andorinha-chilena (Tachycineta leucopyga), o colegial (Lessonia rufa) e a batuíra-de-peito-tijolo (Charadrius modestus). Além delas, rolaram fotos e observações ABSURDAS do boininha (Spartonoica maluroides) e da corruíra-do-campo (Cistothorus platensis), duas aves incríveis que encontramos por aqui e de quebra, finalizamos o dia com um momento muito massa, conseguimos observar dois gaviãos-pretos (Urubitinga urubitinga) num momento de possível acasalamento, foi muito massa acompanhar a alegria dos guris ao registrá-lo.

Já no nosso segundo dia em Rio Grande, fomos até outra área do município com o objetivo de ver algumas aves residentes e típicas da planície costeira, como o joão-da-palha (Limnornis curvirostris), o arredio-de-papo-manchado (Cranioleuca sulphurifera) e a noivinha-de-rabo-preto (Heteroxolmis dominicanus). Será que conseguimos? GOLAÇO! De quebra, um bate-bico (Phleocryptes melanops) fez pose e deu pra fazer belos registros dessa belezura! Na parte da tarde fomos até a Praia do Cassino na esperança de vermos a rara gaivota-de-rabo-preto (Larus atlanticus) e o mergulhão-grande (Podicephorus major). Conseguimos ver os dois!! Muita gente fica impressionada ao ver os mergulhões no mar, mas aqui é super comum e é relativamente fácil encontrá-los na praia, fotografar nem tanto, mas como caminhamos nos Molhes da Barra, rolou muita foto legal!!

Não quero pular do segundo pro quarto dia, mas no quarto dia a gente voltou em Rio Grande pra melhorar registros de algumas espécies e o show ficou por conta da viuvinha-de-óculos (Hymenops perspicillatus) e do saci (Tapera naevia), que estranhamente já está bem ativo por aqui!!

Dá uma olhada nas espécies registradas em Rio Grande:

Campanha Gaúcha

Em Bagé, a gente fez um bate-volta que as vezes eu acho loucura, mas dessa vez foi 100% positivo. Obvio que fomos direto nas áreas de maior possibilidade de encontrar as espécies-alvo da lista deles e com isso, conseguimos aproveitar bastante a vinda! A jacurutu (Bubo virginianus) mostrou que tem poleiro fixo e está dando show nessa área! Acho que nem comentei com eles a possibilidade de vermos ela ali, fazendo com que a surpresa fosse maior ainda! As vezes é bom nem criar muita expectativa na galera, pra não rolar decepção kkkkk Mas dessa vez foi show de bola, foto linda da danada!!
Além dela, registramos o tio-tio (Phacellodomus striaticollis) e o arredio-do-gravatá (Limnoctites rectirostris), que acabamos descobrindo um ninho ativo. O que nos causou certa estranheza, pois ainda está relativamente cedo pra reprodução, talvez esse calor no sul tenha mexido um pouco com a bichara da… O arapaçu-platino (Drymornis bridgesii) foi outra espécie que nitidamente está nidificando e não colaborou muito pras fotos, mas o registro deles foi super válido e é aquilo que eu digo sempre: “Lifer é lifer, depois tu melhora”. Nem sempre se faz foto de capa de livro, faz parte do jogo.

Algumas espécies registradas em Bagé:

Pelotas

Já aqui em Pelotas tínhamos poucos objetivos, um deles e talvez o mais importante era o socó-boi (Tigrisoma lineatum). Sim, esse mesmo, espécie bem comum em todo território nacional e que ainda era uma pedra no sapato do Guilherme. Ele estava muito afim de ver essa espécie e rodamos por todos os locais possível para encontrá-la e adivinha? Não achamos, faz parte do jogo kkkk Mas em contrapartida conseguimos ver o endêmico caminheiro-de-unha-curta (Anthus furcatus) e tivemos uma baita surpresa ao irmos na área do beija-flor-dourado (Hylocharis chrysura)… A jacurutu (Bubo virginianus), mais uma vez resolveu aparecer para encerrarmos e expedição da melhor maneira possível!!

Registros do dia em Pelotas:

De acordo com o TRIP REPORT que faço no eBird, terminamos a expedição com 150 espécies observadas. Muitas delas foram lifers pros guris que na sua grande parte, são aves exclusivas aqui do Rio Grande do Sul.

Alguns dos locais que visitamos.

Encerro meu relato agradecendo muito, mas muito mesmo pelo Guilherme e ao Fernando pela super parceria nesses 4 dias. Confesso que essa expedição foi daquelas que foi difícil se despedir na hora que eles voltaram pra Floripa. Tivemos ótimos papos sobre a vida, sobre questões beem pessoais e parecia que nos conhecíamos há alguns anos já. Com certeza é uma amizade que fica e com mais certeza ainda, sei que foi a nossa primeira expedição juntos! Ano que vem vamos varrer Floripa e região atrás da bicharada!!
Eu sempre gosto de estar com pessoas que entendem que ave é ave e que algumas vezes pode acontecer dela não aparecer, de não dar foto boa e enfim, de não ser como a gente espera e os guris são assim, sempre muito respeitosos na questão do playback e sabendo admirar e contemplar certos momentos que as aves nos proporionam, me recordo aqui que em alguns momentos, o Guilherme até se emocionou ao ver alguns bichos. O lado bom de não ver o soco-bio, foi que ele não teve um ataque cardíaco na minha frente kkkkk

Brincadeiras à parte, valeu pela parceria guris, estamos juntos!!

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